quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Nem sempre ganhando...

Aprendendo A Jogar


Elis Regina

Composição: G.Arantes

"Vivendo e aprendendo a jogar

Vivendo e aprendendo a jogar

Nem sempre ganhando

Nem sempre perdendo

mas, aprendendo a jogar

Água mole em pedra dura

Mas vale que dois voando

Se eu nascesse assi, ... pra lua

Não estaria trabalhando

Mas em casa de ferreiro

Quem com ferro se fere é bobo

Cria a fama, deita na cama

Quero ver o berreiro na hora do lobo

Quem tem amigo cachorro

Quer sarna para se coçar

Boca fechada não entra besouro

Macaco que muito pular quer dançar."

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mudanças sempre...

"O passado é lição para se meditar, não para se reproduzir" Mário de Andrade
Mudar para melhor é esse o objetivo!!!
Estudar muito,beber muita água,usar filtro solar, ter uma alimentação equilibrada,conseguir pique para brincar sempre sempre com a Lua, ler todos os livros que quero, reler meus resumos de direito, fazer o tratamento que a dermatolgista passou e por favor preciso fazer um exercicio  diariamente!!!!
2011 vamos que vamos!!!Energias Positivas!!!
Ser gente que faz....

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Em ritmo...

Tentando entrar no ritmo!!!Acordando 6:30 não é mole não...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

...

“Conheci um químico que, quando no seu laboratório destilava venenos, acordava as noites em sobressalto, recordando com pavor


que um miligrama daquela substância bastava para matar um homem.

Como poderá dormir tranqüilamente o juiz que sabe possuir, num

alambique secreto, aquele tóxico sutil que se chama injustiça e do qual

uma ligeira fuga pode bastar, não só para tirar a vida, mas, o que é

mais horrível, para dar a uma vida inteira indelével sabor amargo, que

doçura alguma jamais poderá consolar?” Piero Calamandrei, no livro “Ele, os juízes, visto por nós, advogados

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"Eu sei,mas não devia..."

"A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.


A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma."

Marina Colasanti